O uso terapêutico da arte está presente desde civilizações mais antigas. Apresenta-se culturalmente em grandes manifestações artísticas, representando crenças e valores em estátuas, monumentos, templos e painéis. Janson notou a presença de valor emocional que a arte possuía, quando analisou as pinturas rupestres encontradas na caverna de Lascaux, França.
Escondidas nas entranhas da terra, fora do alcance de eventuais intrusos, estas imagens devem ter obedecido a um propósito muito mais sério que o simples gosto de decorar. De fato parece não haver dúvida de que foram executadas para servir um rito mágico destinado, talvez, a assegurar o êxito da caça [...]. Ao representar esses animais pretendia tê-los à sua mercê, e ao “matá-los” na imagem acreditava ter matado o sopro vital dos animais em si. Por isso, as imagens “mortas” perdiam o seu poder [...] A base emocional desta crendice ainda não desapareceu totalmente: trazemos na carteira fotografias de pessoas que nos são queridas, para lhes sentirmos a presença... há quem rasgue a foto de alguém que passou a odiar.1
É notório o quanto a arte retrata as nossas emoções e sentimentos de diferentes formas, algumas vezes mais branda, outra vezes de forma mais intensa.
Assim, a arte permeia diversas civilizações, tornando-se a principal fonte de comunicação e expressão humana, capaz de representar as emoções, buscas, crenças e delinear as diversas culturas mundiais. Para Jung, “arte é a expressão mais pura que há para a demonstração do inconsciente de cada um. É a liberdade de expressão, é sensibilidade, criatividade, é vida”.2
Arte é vida, é movimento, ação, é produção única, original. A arte retrata a história e a multiplicidade das culturas humanas em constante mudança e transformação.
Por Fabíola Gaspar
1 JANSON, H. W. História geral da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1993. p. 41
2 JUNG apud TOMMASI, Sonia Bufarah; MINUZZO, Luiza. Origami em educação e arteterapia. São Paulo: Paulinas, 2010. p. 47
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