Ser cuidado introduz o ser humano em toda sua dimensão de humanidade, pois está comprovado que sem cuidado não é possível sobreviver física e emocionalmente. Servir ao outro é como servir a si mesmo, uma vez que a saúde do próximo inclui a de todo ser humano. Quem cuida assiste a seu próprio desenvolvimento acontecendo em outro ser e, se tiver plena consciência, pode partilhar de intensa alegria. Boff enfatiza que “cuidar do outro é zelar para que esta dialogação, esta ação de diálogo eu- -tu, seja libertadora, sinergética e construtora de aliança perene de paz e de amorização”. (BOFF, 2011, p. 139)
Servir e cuidar das pessoas que estão em volta gera um ciclo de cuidado e bem-estar que cresce, se desenvolve e retorna em forma de segurança e equilíbrio do qual poderá desfrutar o próprio cuidador. O movimento consciente para o bem servir reflete em todos, e por intermédio de todos para o Universo, propiciando bênçãos que possibilitam encontros e reencontros, curas e despertar de consciências pessoais e coletivas. Nesse sentido, vale ainda recorrer a Boff:
O cuidado surge quando a existência de alguém tem importância pra mim. Passo então a dedicar- -me a ele; disponho-me a participar de seu destino, de suas buscas, de seus sofrimentos e de seus sucessos, enfim, de sua vida. Cuidado significa então desvelo, solicitude, diligência, zelo, atenção, bom trato. [...] “cura d’almas”. (BOFF, 2011, p. 91)
Essa relação dual de dar e receber, no entanto, deve ser espontânea, influenciada pelo simples desejo de servir.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOFF, Leonardo. Saber cuidar: ética do humano: compaixão pela terra. 17. ed. Petrópolis: Vozes, 2011.
Texto retirado do livro “Arteterapia e Gênesis “O ser humano como cocriador do Universo” da professora Fabíola Gaspar.
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