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A Sexualidade na Psicologia Analítica

A Psicologia Analítica é conhecida por ampliar o conceito de libido, para além da sexualidade. A espiritualidade e a criatividade encontram espaço para compor esse conceito. A energia psíquica, seus princípios, movimentos e suas transformações são estudadas considerando a complexidade da psique.


No entanto, isso não significa que a sexualidade deve ser ignorada pela Psicologia Analítica. Esse aspecto tão importante da vida pode ser compreendido numa perspectiva simbólica, e sua expressão pode dialogar com o aspecto lúdico, criativo e até mesmo espiritual do ser humano.


A vivência da sexualidade é arquetípica, e celebrada em diversas culturas, que muitas vezes reproduziam as imagens dos órgãos reprodutores de forma sagrada. A fertilidade é cultuada e a sexualidade vista de forma natural, no seu aspecto criador.

Como todo aspecto da vida, pode revelar potenciais sombrios e destrutivos. A agressividade, as relações de poder e o individualismo, que são aspectos presentes nas relações de modo geral, podem também se manifestar na sexualidade.


A sexualidade saudável é vivenciada com responsabilidade, num ambiente de trocas consensuais, respeitando os limites do próprio corpo e de com quem se relaciona, favorecendo a confiança, a entrega, trocas afetivas e sensoriais, além de conexões profundas que podem catalisar a vivência de relações de alteridade.


O corpo carrega consigo memórias, pessoais e coletivas. Quando se harmoniza com a natureza, o corpo pode proporcionar(-se) momentos de espontaneidade, de experimentação de si e de seus potenciais, integrando papéis não habituais na consciência.


Durante a vida não poderemos concretizar todos os desejos, mas devemos ser capazes de compreendê-los, aceita-los e observá-los. Assim podemos nos relacionar melhor conosco, com nossa própria história e com nosso corpo.


Arquétipo e instinto, são ambas polaridades importantes para a vivência da totalidade. É importante reconhecer e se relacionar com nossos potenciais, estabelecendo uma relação mais saudável entre ego e self, a consciência e o inconsciente.


por Josué Ataide Mendes Lobato - Psicólogo Junguiano, especialista em sexualidade


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CAMPBELL, Joseph. Deusas: os mistérios do divino feminino. São Paulo: Palas Athena, 2015. JUNG, C.G. O Homem e seus Símbolos. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

JUNG, C. G. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. In: Obras Completas de C. G. Jung, vol. IX/1. Petrópolis: Vozes, 2011.

MEAD, M. Macho e fêmea. Petrópolis: Vozes, 1971.

SILVEIRA, N. Jung: vida e obra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

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