No processo arteterapêutico utilizando-se cores, qualquer pessoa pode se beneficiar entre crianças, adolescentes, adultos e idosos, sadios ou enfermos. A arteterapia acolhe o ser humano com toda a sua “luminosidade”, trabalhando as etapas de vida como um processo natural e respeitando as potencialidades e limitações de cada fase humana.
Assim, não existem limites ou contra-indicações. Pessoas tanto sadias, doentes, com necessidades especiais, presidiários ou outros podem se expressar criativamente,mesmo não tendo conhecimento artístico prévio.
A etapa do trabalho arteterapêutico, com a utilização de cores é singular e
específica para cada grupo ou indivíduo atendido. A cor é um meio de expressão e
comunicação, sendo, portanto, um elemento importante dentro do processo arteterapêutico.
Afinal, dentro dos elementos básicos da comunicação visual, é ela quem possui maior
afinidade com as emoções. Está impregnada de informações e possui uma infinidade de
utilidades, tendo, uma das mais penetrantes experiências visuais.
Preambularmente, faz-se um contrato com o paciente, no qual são esclarecidos
os objetivos das sessões, metas de atendimento e modalidades a serem trabalhadas.
Iniciam-se as sessões com atividades de aquecimento libertadoras de tensões
com o intuito de criar um clima permissivo e alegre, através de atividades de relaxamento,
técnicas de respiração adequadas, meditação, movimentos corporais espontâneos e
conscientes, improvisação sonora, imaginação ativa ou de jogos e brincadeiras.
Durante as sessões, são trabalhadas as cores através de modalidades artísticas.
Cada modalidade tem propriedades terapêuticas inerentes e específicas, cabendo ao
arteterapeuta construir um repertório de informações adequadas a cada uma, com o intuito
de adequar essas modalidades e materiais às analogias e quadros clínicos atendidos.
Quanto mais materiais e técnicas possíveis, mais possibilidades são abertas à
expressão e à criatividade através das cores.
Pode-se utilizar de exercícios com cores livres, semi-dirigidos ou dirigidos, em um espaço terapêutico reservado, aconchegante, seguro e estimulante. Trabalha-se com o auxílio de contos-de-fada, de fábulas, de poemas, de imagens, obras de arte de grandes artistas de filmes, de canções, de mitos, de criações literárias, de contos de ensinamentos,
dos quatro elementos vitais (ar, terra, fogo e água), de recursos sonoros com seus ritmos
diversos, de recursos cênicos e de movimento para facilitar a expressão da subjetividade.
Segundo França (1998), quando trabalhada em arteterapia a noção do todo,
gera-se abertura; quando trabalhados os detalhes, enfoca-se o aprofundamento ou o
seccionamento do conteúdo; quando trabalhados os contornos delineados, enfatiza-se o
domínio e o controle; e quando trabalhadas as cores, priorizam-se o humor, a alegria e a
energização.
Fonte: - VALLADARES, A. C. A. Arteterapia cores da saúde. Anais da I Jornada Goiana de
Arteterapia. Goiânia: UFG/ ABCA, p.11-17, 2001.
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