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Foto do escritorNAPE - Núcleo de Arte e Educação

CUIDAR DO AMBIENTE


A Arte, assim como a vida, deve partir para uma reorganização em meio ao caos, tornando o elemento imprestável em aproveitável, reorganizando as partes que podem ser tiradas do meio do aparente lixo e fazendo-a evoluir ao mudar de formas. Essa pode ser a grande arma contra a destruição e também contra a desordem emocional, mas requer maturidade e despojamento. Segundo Souza,

“ao lado das conquistas materiais, o ser humano precisa resgatar sua saúde para encontrar o equilíbrio interior e, com isso, se conectar com a espiritualidade que sempre fez parte de sua história”. (SOUZA, 2018, p. 21-22)

Se ainda existe a falsa crença de que o lixo que não está perto não importa, é preciso reformular essa trajetória a começar pelo arranjo do lixo mental, aquele que não está aparentemente próximo, mas está inserido. Um aspecto maravilhoso sobre a natureza é que ela por si só não produz lixo, ela recicla tudo, sem exceção, mas a falta de consciência de ser um com ela leva à destruição. Reorganizar o lixo ambiental passa necessariamente pela reorganização do lixo mental. Um dos caminhos para essa conquista está na Arteterapia, na qual os restos produzidos no cotidiano podem ser reutilizados como recurso terapêutico, e, dessa forma, simbolicamente renomeados, se constrói um novo mundo com materiais recicláveis. O resultado terapêutico será a reorganização interna do indivíduo. Reorganizado, terá mais consciência de si, do outro, da natureza e, possivelmente, um cuidado maior com suas tendências consumistas, levando-o à redução da sua cota de lixo material. A médio e longo prazo, poderá ocorrer a diminuição da produção de lixo, revelando um maior cuidado com a Mãe Terra e o retorno do humano ser ao Sagrado.

Podemos dizer, portanto, que a recuperação da visão da totalidade como princípio de cuidado, do fazer parte, é trabalho de todos que fazem parte da teia da vida.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SOUZA, Otília Rosângela. Conexão com o Sagrado. Campinas: Labour, 2018.


Texto retirado do livro “Arteterapia e Gênesis “O ser humano como cocriador do Universo” da professora Fabíola Gaspar.

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